quarta-feira, 31 de março de 2010

fim da (nossa?) etapa


é sempre preciso saber quando é que uma etapa chega ao fim. se insistirmos em permanecer nela mais tempo que o necessário perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos de viver. encerram-se ciclos, fecham-se portas e terminam-se capítulos. não importa o nome que damos. o que importa é deixarmos no passado os momentos da nossa vida que já acabaram. terminou uma relação? perdeu-se uma amizade? neste caso, a relação terminou mesmo antes de começar, right? podemos passar muito tempo a perguntar porque é que tal aconteceu. podemos dizer para nós mesmos que não damos mais um único passo enquanto não entendermos as razões que levaram a certas coisas, que eram tão importantes e tão sólidas a serem transformadas em pó. mas tal atitude seria um desgaste imenso para todos. para os nossos pais, para os nossos amigos. todos estariam a encerrar capítulos, virariam a folha, seguiriam adiante e todos sofreriam ao ver que estavam parados. ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado. nem mesmo quando tentamos entender as coisas que nos acontecem. o que passou não voltará. não seremos eternamente crianças, adolescentes tardios. as coisas passam e o melhor que podemos fazer é deixar que elas possam realmente ir embora, sem a menor intenção de voltar. e é por isso que é tão importante (por muito doloroso que seja) destruir recordações. e ao desfazermo-nos de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. deixar ir embora. soltar. desprender-se. ninguém joga nesta vida com cartas marcadas. daí umas vezes ganharmos e outras perdermos. não se pode esperar que nos devolvam algo, nem que reconheçam o nosso esforço. antes de se começar um novo capítulo é preciso terminar o antigo. e eu não tenho conseguido, embora tente. com todas as minhas forças! dizermos para nós mesmos que o que se passou, jamais voltará! ao encerrar este capítulo, ou mais uma tentativa para tal (não por orgulho ou incapacidade) mas sim porque simplesmente já não se encaixa na minha vida, fecho a porta, mudo o disco, limpo a casa e sacudo a poeira. portanto, eu preciso, aliás, eu dependo da tua decisão. vens ou ficas? "um dia digo-te que o teu lugar é comigo."

terça-feira, 23 de março de 2010

always mine


Um papel. Uma caneta e mil e uma palavras que não saem. Hoje sinto um aperto no peito. Já passou tanto tempo e é como se ainda hoje estivesses ali, no sofá, a jogar às cartas comigo e a dizer que me amas mais que tudo no mundo. Tenho saudades sabes? Saudades que me dilaceram o coração todos os dias. Acho que às vezes já nem o tenho. Não sinto nada. Quem me dera voltar àquela idade em que acreditava, com todas as minhas forças, que tudo o que se ia embora, voltava. Mas com o passar do tempo fui percebendo que nada era como pensava e muito menos como eu queria. Afinal, nem tudo é como queremos, não é? Foste embora e nunca mais vais voltar, não é avó? Vou confessar-te um segredo. Queria tanto poder ter-te aqui comigo para to poder segredar ao ouvido. Mas espera, vou tentar transmitir-to de outra maneira. Fecha os olhos, onde quer que estejas, eu vou fazer o mesmo. Vou sussurrar para que só tu e eu o possamos ouvir. "Eu amo-te, mais que a minha própria vida." Ouviste?